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Repensando o Modelo de Negócio do Setor Social

24 de setembro de 2025

Quando a missão encontra um modelo de negócio sólido, a transformação se torna duradoura.

Por Cristiane Motta de Almeida, fundadora e CEO da Engaja Brasil


Repensando o Modelo de Negócio do Setor Social

Por décadas, o setor social foi associado à ideia de caridade, doação e filantropia desinteressada. Essa lógica, embora nobre, gerou uma dependência estrutural de recursos externos — doações pontuais, editais públicos e patrocínios corporativos. Na prática, essa dependência fragiliza organizações, que muitas vezes vivem no chamado “curto prazo financeiro”: conseguem manter suas atividades apenas até a próxima captação. Esse cenário é um dos grandes obstáculos para a longevidade das OSCs e, consequentemente, para a continuidade de seus impactos positivos na sociedade.

É preciso repensar o modelo de negócio do setor social. E esse repensar não significa abrir mão do propósito, mas colocar a sustentabilidade financeira como uma dimensão estratégica da gestão. Organizações que se enxergam como agentes de transformação precisam também se enxergar como negócios — não no sentido de gerar lucro para acionistas, mas de criar modelos econômicos próprios que sustentem sua missão no longo prazo.

O Desafio da Autonomia Financeira

Segundo especialistas como José Alberto Tozzi, autor de ONG Sustentável, o futuro das organizações sociais passa pela autonomia financeira. Isso exige que elas pensem em como gerar receita de forma recorrente, planejada e estratégica, transformando parte de suas atividades em “produtos sociais”. Cursos, consultorias, eventos, prestação de serviços para empresas e até o uso criativo de ativos (como espaços, marcas ou expertise acumulada) são exemplos de oportunidades de monetização sem perder de vista a causa.

Essa mudança de mentalidade ajuda as OSCs a reduzir a vulnerabilidade frente a crises econômicas ou cortes de financiamento. Organizações que já têm fontes próprias de receita conseguem manter seus projetos mesmo quando editais ou doações escasseiam. Isso gera resiliência, uma característica vital para qualquer instituição que pretende existir e gerar impacto por décadas.

Gestão Profissional e Impacto Mensurável

Repensar o modelo de negócio também exige gestão profissional. Não basta criar novas fontes de receita: é preciso planejar, medir e avaliar. Orçamento, fluxo de caixa, indicadores de desempenho social e financeiro precisam fazer parte do dia a dia da organização. Transparência e prestação de contas ganham ainda mais relevância, pois os apoiadores — sejam clientes, investidores sociais ou doadores — querem ver resultados concretos.

Além disso, essa visão mais empresarial fortalece a credibilidade da organização e atrai novos parceiros. Empresas, por exemplo, se sentem mais seguras em investir quando percebem que a ONG tem governança, controles internos e clareza sobre os impactos gerados.

Uma Oportunidade para o Futuro

Repensar o modelo de negócio do setor social é mais do que uma necessidade: é uma oportunidade de ampliar impacto. Ao empreender seus próprios negócios sociais, as OSCs não apenas sobrevivem — elas ganham independência para inovar, escalar projetos e transformar comunidades de forma consistente.

A sociedade precisa de organizações sociais fortes, bem-estruturadas e duradouras. E, para isso, é fundamental que o setor social se veja como protagonista de sua própria sustentabilidade. O futuro das OSCs depende de sua capacidade de gerar valor — não apenas social, mas também econômico.

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Sobre a Engaja Brasil:

A Engaja Brasil é uma plataforma que oferece às empresas, institutos e fundações um ambiente seguro para aportar recursos em organizações sociais ou seus projetos (incentivados ou não). Com um Assessment ESG/GRC aplicável ao Terceiro Setor, desenvolvido com base na metodologia internacional do COSO e em parceria com a KPMG, a Engaja Brasil atua como certificadora e impulsionadora de organizações sociais, oferecendo jornada de palestras, trilhas de desenvolvimento personalizado e conectando-as a investidores comprometidos com a transformação social.

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